3.6 – Ensinar exige saber escutar 

(Freire, Paulo Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)).



Neste tópico, Paulo Freire destaca a importância de saber escutar para o exercício pleno da docência. Ele argumenta que não é possível aprender a escutar o outro falando a ele ou com ele de forma autoritária ou impositiva, como se fôssemos os portadores da verdade. Ao contrário, é escutando criticamente o outro que se aprende a falar com ele. Ainda que a nossa fala seja contraposições ou concepções do outro, é preciso tê-lo como um sujeito que escuta e não mero objeto de nosso discurso. Nesse processo de escutar, o educador pode aprender a difícil lição de que é crucial adequar seu discurso ao aluno.

A burocratização da mente, é um estado refinado de estranheza, onde predomina o conformismo e a acomodação diante de situações consideradas como imutáveis. Nesta concepção fatalista, resultado de uma domesticação alienante, predomina a máxima de que as coisas não mudam e nunca mudarão.

No processo de falar e escutar é preciso também saber o momento em que se deve ficar calado. O silêncio é fundamental para a comunicação, pois torna possível ouvir o outro de forma plena, escutar suas indagações, dúvidas e críticas.



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